É desapontador perceber que temos de abandonar as nossas expectativas,em vez de construir alicerces em nossos preconceitos.
É importante permitir a decepção,pois significa a rendição do nosso ego pessoal e da profunda necessidade de conquistas particulares. Atingir a iluminação… do ponto de vista do funcionamento do ego é a morte derradeira ,a morte do eu e do meu.
É a suprema e ultima decepção.Trilhar o caminho espiritual é profundamente desafiante,um processo de retirar mascaras.. camada após camada.
Esta sequência de desapontamentos nos encoraja a abandonar a ambição irreal. Vamos desmoronando cada vez mais…até tocarmos o chão. Sim..tocar o chão e, entrar em contacto com a sanidade básica da Terra. Tornarmo-nos o mais humilde dos humildes ,um grão de areia perfeitamente comum sem expectativas. Quando estamos ligados à Terra não existem projecções ou impulsos e a nossa pratica diária ,se torna viável. Começamos a aprender a preparar um chávena de chá tranquilamente e a caminhar presentes no corpo.Toda a nossa abordagem da vida torna-se mais simples e directa e aquilo que lemos ou ouvimos passa a ser utilizável, pois se transforma em confirmação para agir como um grão de areia,tal como somos sem expectativas.
Somos apenas uma partícula de pó no meio do Universo. Ao mesmo tempo,essa situação é ampla, extraordinária e muito bela.
Todo o espaço e todo o lugar é nosso porque não impedimos, não ocupamos e não possuímos nada. Somos o imperador do Universo porque somos um grão de areia. O mundo é simples e,ao mesmo tempo muito cheio de dignidade e abertura porque a nossa inspiração cresceu como decepção que e´por si mesma desprovida de ego.
Em Gratidão,
Patrícia Ventura.