A boa mãe é aquela que vai tornando-se desnecessária com o passar do tempo. Ouvi essa frase algumas vezes de um amigo psicanalista, e ela sempre me soou estranha. Depois entendi que chega a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria debaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha imensa, para quem é mãe. (…) Todavia hoje essa verdade, é absolutamente clara para mim.
Se eu fiz o meu trabalho como deve ser, então tenho que me tornar desnecessária. Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso. Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto deles não conseguirem ser autonomos, confiantes e independentes.
É permitir que eles estejam prontos para traçar o seu rumo, fazer as suas escolhas, superar as suas frustrações e cometer os próprios erros também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe – solidários – criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão. Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar. Dê a quem você Ama : Asas para voar. Raízes para voltar. Motivos para ficar.
Muito lindo e, creio, assertivo! 🙂
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perfeito !
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É pura realidade, e quem assim não agir, poderá ver algum filho dependente dos pais porque na devida altura não lhe foi ensinado a ” andar sozinho”. Gostei muito
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É o cultivo do desapego, o caminho para a libertação. Nem nosso corpo nos pertence, quanto mais nossos filhos. E é talvez uma das formas mais puras de compaixão, dedicar a vida a alguém e estar sempre presente, mesmo sabendo que aquele ser não lhe pertence.
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Uma mãe, é sempre uma mãe, …. mas cada um tem o seu percurso e a sua função, ….
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Muito profundo e verdadeiro
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Boa lição….aprender até morrer.
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Concordo, os filhos não precisam de ficarem dependentes dos pais , eles ganham asas e voam no seu destino, mas nunca devem deixar de assistir à vida de seus pais , eles os ensinaram a voar e a voltar quando for preciso.
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Tenho orgulho nos meus filhos, ensineios a voar mas quando é necessário estão comigo e eu com eles avida é assim nos fizemos o mesmo bjs
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É muito verdade Catarina, mas quando não aparecemos, são eles a solicitar a n/presença, eu até fiz o sacrifício de comprar uma casa c/sótão e entrada, escada exterior, nunca o persegui, trabalhei uma vida inteira, até para o escritório dele eu fui solicitada, e muito sinceramente, não queria nada disto, nada, serei eu a culpada? ajudem-me, porque estou tranquila e não creio ser culpada de nada. bjs.
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